quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Inglês na infância estimula raciocínio e pode aumentar QI

Crianças têm mais facilidade na hora de aprender novo idioma, mas confusão de grafias e sons pode surgir e pais devem ficar atentos.


Não há malefícios na alfabetização em duas línguas ao mesmo tempo, mas é importante dar preferência para a língua materna. Foto: Shutterstock

Já pensou como seria ter aprendido a somar em inglês na escola? Atentas aos benefícios que a alfabetização em uma segunda língua pode proporcionar à criança, diversas instituições estão investindo no ensino bilíngue, especialmente na língua inglesa, considerada essencial em qualquer currículo. Se está pensando em colocar seu filho desde pequeno para aprender uma segunda língua, mas tem medo de que isso atrapalhe outros aprendizados, não se preocupe: para especialistas, quanto mais cedo o primeiro contato com a língua, mais facilmente ele irá conseguir se expressar - e melhor tende a ser a capacidade de raciocínio, também em outras matérias.

Quando a criança completa três anos, está no ápice para aprender outro idioma e poderá pensar e se expressar como um nativo. Aos 11 anos, o processo vai ficando mais complicado, e a situação se agrava a partir dos 15 anos. Segundo estudo promovido pela empresa de educação e tecnologia Rosetta Stones em 2011, além da pronúncia próxima a de um nativo, as crianças alfabetizadas em inglês podem apresentar maior quociente de inteligência (QI), e também há a possibilidade de prevenir doenças senis, como Alzheimer.

A pesquisa identificou, ainda, maior facilidade, proatividade e rapidez de escolhas, por exemplo. Neuropsicóloga e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Sylvia Ciasca explica que o cérebro é mais estimulado quando há o ensino de duas línguas ao mesmo tempo. Quando se aprende uma língua, naturalmente o circuito da leitura se une ao da escrita. No caso de aprender mais de um idioma, esse processo se potencializa. Além disso, se o pequeno aprender outras matérias, como matemática, em outra língua, isso também pode proporcionar maior estímulo e motivação para outros estudos.

Outro levantamento feito por cientistas da Kings College e da Brown University e divulgado no "Journal of Neuroscience" explica que crianças têm mais facilidade para aprender outro idioma antes dos quatro anos de idade, já que é nesta fase que as ligações entre os neurônios se desenvolvem para processar novas palavras.

Sylvia diz que não há malefícios na alfabetização em duas línguas ao mesmo tempo, mas que é importante dar preferência para a língua materna. Caso a criança apresente dificuldades, como confusão com sons e grafias próximas das línguas, deve-se ter cuidado. “O importante é sempre respeitar o tempo de cada criança”, ressalta.

Para a gerente de pesquisa e desenvolvimento pedagógico da escola de idiomas Number One, Ana Regina Fonseca de Araújo, o ensino deve seguir a mesma lógica da língua materna. O local, que possui cursos a partir dos dois anos, ensina os pequenos por meio de músicas e brincadeiras. Ana explica que o aprendizado deve ser feito associando as imagens a um conceito. “Os pais não podem traduzir as palavras. A tradução pode retardar e bloquear o aprendizado”, alerta. Caso os pais queiram ajudar a melhorar o inglês do filho, podem conversar com eles, caso conheçam o idioma. “Os pais são a maior identificação das crianças. Se os pais possuem conhecimento, eles vão pensar que querem ser como eles”, explica. Brincadeiras, filmes e músicas também podem ser um ótimo “homework”.

Fonte: Terra Educação

Por que a curiosidade melhora a aprendizagem das crianças?



Recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, conduziram uma série de experimentos para descobrir o que exatamente acontece no cérebro quando a nossa curiosidade é despertada. Para o estudo, os pesquisadores avaliaram os participantes sobre o quão curiosos eles estavam para saber as respostas de mais de 100 perguntas triviais, tais como “Qual música dos Beatles ficou mais tempo nas paradas?” ou “O que realmente significa o termo ‘dinossauro’?”. Em determinados pontos ao longo do estudo, ressonâncias magnéticas foram realizadas para ver o que estava acontecendo no cérebro dos participantes quando eles se sentiam curiosos para saber a resposta de alguma pergunta.

O que essas experiências revelaram? Aqui estão dois dos mais importantes achados:


1. A curiosidade prepara o cérebro para a aprendizagem
Embora não seja uma grande surpresa saber que estamos mais propensos a lembrar o que aprendemos quando o assunto nos intriga, foi verificado que a curiosidade também nos ajuda a aprender informações que não consideramos tão interessantes ou importantes.


Os pesquisadores descobriram que, uma vez que a curiosidade foi despertada por alguma pergunta, indivíduos tiveram mais facilidade para aprender e lembrar informações completamente independentes. Um dos co-autores do estudo, Dr. Matthias Gruber, explica que isso acontece porque a curiosidade coloca o cérebro em um estado que lhe permite aprender e reter qualquer tipo de informação, que motiva o aprendizado.

Portanto, se um professor é capaz de despertar a curiosidade dos alunos sobre algo que eles são naturalmente motivados para aprender, eles estarão melhor preparados para aprender coisas que eles normalmente consideram chatas ou difíceis. Por exemplo, se um aluno tem dificuldade em matemática, personalizando problemas de matemática para coincidir com seus interesses específicos em vez de usar perguntas de livros didáticos genéricos poderia ajudá-lo a lembrar como resolver problemas de matemática semelhantes no futuro.


2. A curiosidade torna a aprendizagem subsequente mais gratificante
Além de preparar o cérebro para a aprendizagem, a curiosidade também pode tornar o aprendizado uma experiência mais gratificante para os alunos.


Os pesquisadores descobriram que quando a curiosidade dos participantes havia sido aguçada, não foi registrado somente aumento da atividade no hipocampo, que é a região do cérebro envolvida na criação de memórias, mas também no circuito do cérebro que está relacionado a recompensa e prazer. Este circuito é o mesmo que é estimulado quando conseguimos algo que realmente gostamos, como doces ou dinheiro, e ele depende da dopamina, a substância química do “sentir-se bem” que transmite a mensagem entre os neurônios e dá-nos uma espécie de euforia.

Assim, instigar a curiosidade dos alunos não só os ajuda a lembrar as lições que poderiam passar por um ouvido e sair pelo outro, mas também pode tornar a experiência de aprendizagem tão prazerosa quanto tomar um sorvete ou ganhar dinheiro. É claro que a maioria dos professores já sabem instintivamente a importância de fomentar mentes curiosas, mas ter embasamento científico é inegavelmente satisfatório.
Fazer a pergunta certa

Naturalmente, ainda existem algumas coisas que permanecem pouco claras sobre o papel de curiosidade na aprendizagem. De um lado, os cientistas ainda não conseguiram determinar os seus efeitos a longo prazo. Por exemplo, se a curiosidade do aluno é estimulada no início de um dia de escola, será que vai ajudá-lo a absorver melhor as informações durante todo o dia? Outra coisa que os pesquisadores estão ansiosos para investigar é por que algumas pessoas são naturalmente mais curiosas do que outras, e quais os fatores que mais influenciam o quanto curiosos somos.

Então, ao invés de ir diretamente para as respostas, vamos tentar começar as aulas com perguntas que instiguem e incentivem os estudantes a pesquisar para saber suas respostas. Quais são as perguntas que tendem a despertar uma maior curiosidade entre os seus alunos?
Fonte:Porvir