segunda-feira, 23 de novembro de 2015

PROFESSORES DE SP TERÃO CURSO PARA IDENTIFICAR ALUNOS SUPERDOTADOS

PROFESSORES SERÃO TREINADOS PARA IDENTIFICAR "DIFERENTES INTELIGÊNICAS DENTRO DA SALA DE AULA" E PREVENIR A DISCRIMINAÇÃO

Aula classe educação professor (Foto: Thinkstock)
Os professores da rede municipal de São Paulo terão treinamento para identificar e trabalhar em sala de aula com estudantes com altas habilidades e superdotação. O curso é optativo e terá, inicialmente, 80 vagas. O objetivo das aulas, que serão dadas em parceria com a Associação Paulista para Altas Habilidades/Superdotação (APAHSD), é de estimular as diferentes inteligências em sala de aula, identificar os alunos com superdotação e prevenir a discriminação.




Na justificativa do curso, publicada nesta terça-feira (03/03) no Diário Oficial do Município, apontou-se que "esta população ainda não é identificada de forma correta". "Estas crianças normalmente, por não se enquadrarem nos padrões de ensino, muitas vezes são confundidas como crianças com hiperatividade ou com distúrbios de aprendizagem. A orientação correta é fundamental, assim como a valorização do potencial dos alunos", diz o texto.

Poderão participar do curso professores de educação infantil, fundamental I e coordenadores pedagógicos que atuem na rede municipal. No final de 2014, a Prefeitura regulamentou a lei nº 15.919, que dispõe sobre o atendimento educacional de alunos com altas habilidades ou superdotados em São Paulo. Eles devem ser atendidos em salas regulares, segundo a lei, onde podem receber auxílio para potencializar as habilidades por meio de enriquecimento curricular, expansão de recursos de tecnologia, materiais pedagógicos e bibliográficos da área de interesse.

O atendimento integra a Política de Atendimento de Educação Especial do Município de São Paulo. Aos alunos superdotados são assegurados "currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para atender às suas necessidades", de acordo com a lei.

PROJETO DA UNESP IDENTIFICA ESTUDANTES SUPERDOTADOS

SELECIONADOS RECEBERÃO ACOMPANHAMENTO ESPECIAL

Estudantes (Foto: Kevork Djansezian/Getty Images)


Nos últimos oito meses, os 289 alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da Escola Estadual João Pedro Fernandes, em Marília, interior de São Paulo, foram submetidos a testes de inteligência. Destes, 11 foram considerados superdotados, com quociente acima de 130, quando a média oscila entre 100 e 110. Os estudantes selecionados vão receber atendimento pedagógico especial para desenvolver suas potencialidades.

O projeto, inédito na rede estadual de ensino, foi desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com o município. O objetivo é identificar precocemente alunos com potencial para serem futuras mentes brilhantes. A Diretoria Regional de Ensino de Bauru quer, agora, estender o projeto a toda a rede estadual.

Entre os 11 selecionados como superdotados em razão do desempenho nesse teste, dois não eram considerados alunos acima da média pelos professores, o que, para os orientadores, reforça a importância do projeto.Do universo de alunos submetidos ao teste de inteligência mais simples, 70 obtiveram aproveitamento acima de 90%, por isso passaram para a fase seguinte: o Teste de Wisc, um medidor internacional do quociente de inteligência, considerado mais complexo.

De acordo com a diretora regional de Ensino Gina Sanchez, os escolhidos não precisam ser gênios, bastando que tenham altas habilidades numa determinada área. Ela já designou um professor com habilitação especializada para acompanhar esses estudantes.

Cada aluno terá um plano de ação individualizado, levando em conta seu potencial, o interesse pessoal e a faixa etária. Para todos, no entanto, já foi antecipada a oportunidade de aprender uma segunda língua, o inglês.

Atividades

Bolsistas da Faculdade de Ciências da Unesp desenvolvem atividades extraclasse com esses alunos três vezes por semana. Os estudantes visitaram o laboratório de robótica da Unesp, foram ao Observatório de Astronomia, conheceram os bastidores do zoológico e interagiram com músicos da Banda Sinfônica de Marília. Uma das alunas superdotadas tocou três instrumentos sem que nunca tivesse tido aulas de música.

O projeto, desenvolvido pelas professoras Vera Capellini, do Departamento de Educação, e Olga Rolin Rodrigues, do Departamento de Psicologia da Unesp, tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

CCJ aprova proposta de ensino especial para superdotado

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade daProposta de Emenda à Constituição 336/13, que prevê educação especializada para alunos com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Conforme a proposta, do ex-deputado Paulo Wagner, o atendimento educacional especializado ocorrerá preferencialmente na rede regular de ensino, em todas as faixas etárias e níveis de ensino, em condições e horários adequados às necessidades do aluno.
Ao apresentar a proposta, Paulo Wagner ressaltou que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei 9.394/96) já estendeu aos alunos com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação o direito à educação especial. A inclusão ocorreu por meio das alterações promovidas pela Lei 12.796/13.
Para o ex-parlamentar, no entanto, “a melhor forma de salvaguardar esse direito é incluindo-o no texto constitucional”. O relator na CCJ, deputado Luiz Couto (PT-PB), apresentou parecer favorável à matéria. A análise na comissão restringiu-se aos aspectos constitucionais e jurídicos da proposta.
Alunos com deficiênciaAtualmente, a Constituição prevê o atendimento especializado somente para pessoas com deficiência (artigo 208), preferencialmente na rede regular de ensino. Porém, o texto constitucional não estabelece, para esses casos, atendimento em todas as faixas etárias e níveis de ensino, em condições e horários adequados às necessidades do aluno.
Tanto a PEC 336 como uma outra proposta (PEC 347/09) que está pronta para a pauta do Plenário, buscam assegurar o direito com esse detalhamento aos educandos com deficiência.
A tramitação da PEC 336/13 será analisada agora por comissão especial a ser criada unicamente para essa finalidade. Posteriormente, será votada em dois turnos pelo plenário.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A Importância da Escola no Desenvolvimento de Altas Habilidades/Superdotação

Resumo: Este artigo nos remete a um maior entendimento sobre as altas habilidades/Superdotação, sobre o papel da família e, principalmente, a importância da escola no desenvolvimento desses talentos. Foram feitas pesquisas sobre o tema, com a finalidade de um melhor esclarecimento e também como informativo.
Palavras-chave
: Altas Habilidades/Superdotação; Escola; Família; Estimulação.

Introdução

O presente artigo tem como objetivo geral fornecer informações sobre as altas habilidades, sobre o papel da família na relação com o filho superdotado e tem como objetivo específico, mostrar a importância da escola neste contexto. Propõe que uma educação inclusiva e estimuladora para crianças superdotadas, com profissionais da educação especializados na identificação de alunos com necessidades educacionais especiais, proporciona a eles um ambiente estimulador, com atividades específicas que incentivam e desenvolvem cada vez mais suas habilidades. Tem como objetivo também proporcionar à família um melhor entendimento sobre a superdotação, de forma que eles possam ajudar o filho no seu desenvolvimento sócio-cultural.

Família e Superdotação

Quando se fala em superdotação, logo se pensa em pessoas de QI alto. Este é um dos mitos mais comuns sobre as altas habilidades. Normalmente os superdotados que, segundo a OMS, são 5% da população, apresentam facilidades e talentos para determinadas áreas. Isso não significa que a pessoa tem um QI alto. As crianças com altas habilidades artísticas, as quais podem ser música, desenhos, danças, esportes, entre outros, não necessariamente vão ter um desenvolvimento intelectual elevado.
Há autores que dizem que a genética é responsável por grande parte do potencial das habilidades cognitivas gerais (Freeman & Guenther, 2000; Simonton, 2002). No entanto, o ambiente tem o papel de instigar as habilidades particulares inatas a encontrarem caminhos de realização (Bronfenbrenner, 1994). Se isso não acontecer, o talento pode adormecer até encontrar um momento oportuno para se desenvolver.
Segundo Cinthia Rodriguez da nova escola, a superdotação pode ter razões genéticas ou ter sido moldada pelo ambiente em que o aluno vive. Raramente, os superdotados têm múltiplas habilidades. Portanto, uma boa pista para encontrá-los é reparar no desempenho e no interesse muito
maiores por um determinado assunto. Segundo Hellen, existe um mito bastante comum que é o do pai dominador e exigente que leva seu filho a superdesempenhar uma habilidade. No entanto, na grande parte das vezes, os pais muitas estimulam e encorajam, mas não dão o dom às crianças.
Famílias de pessoas com altas habilidades têm sido estudadas e suas características têm sido mapeadas pela literatura há mais de um século, indicando a influência do contexto familiar no desenvolvimento dos talentos dos filhos (Aspesi, 2003). Estudos mostraram que estas famílias têm muitas características em comum. De um modo geral, as famílias de crianças com potencial elevado são descritas pela literatura como famílias harmoniosas, afetivas, coesas e com menos conflitos do que as famílias de crianças que não demonstram características de altas habilidades (Winner, 1998).
Sabe-se que o primeiro ambiente de desenvolvimento de uma criança é o ambiente familiar e é exatamente neste ambiente que vão ser notados os primeiros sinais das habilidades do filho. Estudos mostram que, normalmente, estas habilidades começam a se mostrar aos seis anos e em alguns casos podendo aparecer até antes, aos três anos, por exemplo.
Os pais costumam questionar a origem das altas habilidades do filho e buscam compreender o motivo pelo qual seu filho apresenta essas habilidades diferenciadas. (Silverman, 1997). Alguns pais não sabem lidar com essa necessidade educacional do filho e, por muitas vezes, até por falta de informação, não os estimulam. Esta falta de estimulação pode acarretar muitas conseqüências, dentre elas, a perda dessas habilidades, a falta de interesse pela escola e até evasão.
Observa-se ser comum encontrar pais que se identificam com as características dos filhos e relatam ter apresentado as mesmas facilidades e dificuldades observadas, quando tinham a mesma idade dos mesmos (Silverman, 1997).
Diante dessa demanda, a Secretaria de Educação Especial, implantou os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação – NAAH/S. Nestes núcleos, os superdotados encontram estímulos para desenvolver suas habilidades. O núcleo conta com a formação de professores que identificam e incentivam os superdotados na área de cada um. O núcleo tem como objetivo, também, informar as famílias sobre as necessidades de seus filhos e mostrar aos pais como podem estimulá-los no dia-a-dia.

Escola e Superdotados

Outro mito que precisa ser esclarecido é o de que as crianças superdotadas não precisam de professores tanto como as outras crianças, já que têm altas habilidades e são “auto-suficientes”. As crianças com altas habilidades precisam muito de seus professores, tanto em ambiente curricular como extracurricular. Eles precisam encontrar nestes ambientes desafios ou coisas que prendam seu interesse como algo criativo, estimulador, que faça com que eles pensem, elaborem estratégias para resolver problemas, entre outros.
Segundo a presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação, Susana Graciela Pérez Barrera Pérez, assim como os estudantes diagnosticados com algum tipo de deficiência, os que têm altas habilidades precisam de uma flexibilização da aula para que suas necessidades particulares sejam atendidas, o que os coloca como parte do grupo que tem de ser incluído na rede regular de ensino. "O que devemos oferecer a eles são desafios”.

Diagnóstico

É importante que os pais e professores estejam atentos às características, que podem ser as mais variadas possíveis. Elas, como já dito, envolvem interesse por determinada área, desenvolvimento intelectual acima da média da maioria das crianças da mesma faixa etária, argumentos e raciocínios rápidos e até maus comportamentos. O professor deve desconfiar de estudantes com vocabulário avançado, perfeccionistas, contestadores, sensíveis a temas mais abordados por adultos e que não gostem de rotina (Cinthia Rodrigues). Depois disso, o aluno deve ser encaminhado para os núcleos de atividades e avaliado por um psicopedagogo e, sendo o caso, incluí-lo na educação especial.
O estudante com altas habilidades costuma ter um interesse tão grande por uma das disciplinas que acaba negligenciando as demais. A facilidade de expressar-se, por exemplo, pode ser usada para desafiar o professor e os colegas. Mesmo os mais aplicados dificultam a aula ao monopolizar a atenção. Muitos não querem trabalhar em grupo por não entender o ritmo "mais lento" dos colegas. A descoberta das altas habilidades é o primeiro passo para melhorar esses comportamentos. Primeiro, porque muda o olhar do professor. Também porque o próprio jovem passa a aceitar melhor as diferenças. (Cinthia Rodrigues). Mas é importante também estar atento aos diagnósticos errôneos que podem trazer diversos prejuízos e até traumas às crianças.
A educação inclusiva é tão necessária aos superdotados quanto à educação tradicional. Assim, os superdotados vão encontrar um sentido naquele ambiente. Muitas crianças com altas habilidades são rotuladas como bagunceiras e até hiperativas, exatamente por essa falta de interesse, por achar o conteúdo fácil demais. Este também é um dos motivos pela evasão. Segundo Ellen, essas crianças tendem a ser isoladas na escola por ter interesses diferentes das outras crianças de sua idade, que normalmente se interessam em brincadeiras, enquanto aquelas querem ler livros sobre diversos assuntos, resolver problemas, elaborar e desenvolver projetos, entre outros.
Estas crianças precisam ser assistidas de forma adequada para que possam desenvolver seus talentos, tanto no ambiente familiar quanto no escolar.

Conclusão

Observa-se a importância do papel da família e da escola na identificação e desenvolvimento das altas habilidades. A família, incentivando em casa, e a escola, estimulando as necessidades específicas de cada aluno. “Sem estímulos, uma criança superdotada vai perdendo aos poucos seu diferencial e termina por se igualar às demais”, afirma a psicóloga Marsyl Mettrau, presidente da Associação Brasileira de Superdotados, também voltada para o aconselhamento de pais e alunos.
Foi visto também que, não só a genética é responsável pela superdotação, mas o papel do ambiente é essencial para o desenvolvimento desses talentos. Alguns estudos foram realizados com objetivo de atender melhor estes alunos. Para atender melhor o aluno e sua família, os profissionais que atuam nessa área precisam compreender como a família contribui para a emersão dos talentos do filho. Portanto, precisam compreender primeiramente como ocorre a relação entre a bagagem biológica familiar e a bagagem proveniente das experiências vivenciadas nos contextos da sociedade e da cultura, bem como de todo o clima afetivo que permeia as interações sociais e que estarão atuantes na manifestação das altas habilidades/superdotação. (Cristina de Campos Aspesi).
   E, por fim, colocamos a importância de a criança, depois de diagnosticada como superdotada, ser estimulada e incluída numa educação especial, porém sem privá-la da convivência com outras crianças. Não se pode esquecer que ela, mesmo com altas habilidades, é uma criança que pode errar e que precisa de compreensão e carinho, assim como as outras.

FORMAÇÃO:
Como pais e professores devem lidar com jovenscom altas habilidades
Dedicar tempo ao jovem. Discutir idéias, responder a perguntas, valorizar a curiosidade, a independência de pensamento e a tomada de decisões
Transmitir amor e confiança nas capacidades e demonstrar aceitação mesmo quando ele fracassa em alguma tarefa
Encorajar a busca por fontes diversificadas de conhecimento e oferecer materiais de leitura e oportunidades para desenvolver atividades
Estimular habilidades físicas e sociais como esportes e jogos de grupo, além de outras atividades que impliquem socialização
Fonte: Conselho Brasileiro de Superdotados (Conbrasd)
Quadro extraído do texto “Você pode ser um superdotado” de Ivan Padilla, 2004.

Fonte:https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/a-importancia-da-escola-no-desenvolvimento-de-altas-habilidades-superdotacao © Psicologado.com

Educação de alunos portadores de altas habilidades/superdotação

TEXTO DE SELMA CARVALHO


Em busca de notícias sobre alunos portadores de altas habilidades/superdotação, me deparei com um trabalho escrito por "Denise de Souza Fleith", professora adjunta da Universidade de Brasília, no Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, e publicado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Distrito Federal, em audiência pública do Senado, em 24 de junho de 2008, com o Tema: "Educação de Alunos Superdotados: Desafios e Tendências Atuais", que achei interessante, e gostaria de dividir seus esclarecimentos com os leitores desse blog.

A matéria foi separa por tópicos, que nos dar uma abrangência sobre o tema, porém, de forma sucinta e resumida mostra a situação dos alunos superdotados no meio social e escolar, seus conceitos, desafios, mitos, objetivos, tendências, necessidades, bem como, o que é muito importante “Os seus Direitos”, podendo assim despertar um interesse maior pelos estudantes da área de educação, professores, gestores, pedagogos, psicólogos, enfim, à todos os profissionais da educação, pais, familiares e aqueles que se interessam pelo tema, onde a seguir passo a expor:


DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DE SUPERDOTADOS

. De acordo com o Censo Escolar (Brasil, 2006), apenas 2.769 alunos foram identificados como superdotados.

. No Brasil, além de terem pouca visibilidade, os superdotados constituem ainda um grupo que é pouco compreendido.

. Hostilidade encoberta por parte da sociedade àqueles que apresentam um potencial superior.

. É absurdo investir em programas para alunos superdotados quando existe um largo contingente de alunos com distúrbios e deficiências diversas que precisam de atendimento especializado.

. Apoio limitado da sociedade aos projetos na área de superdotação. Atendimento ao superdotado visto como elitista.

. Resistência à implementação de um atendimento diferenciado ao superdotado, fruto de uma série de ideas falsas sobre eles.


MITOS SOBRE OS SUPERDOTADOS

. Supervalorização de fatores genéticos, colocando-se em segundo plano o papel do ambiente para o desenvolvimento de habilidades e competências.

. O superdotado tem recursos intelectuais suficientes para desenvolver por conta própria o seu potencial superior.

. O aluno superdotado apresenta um excelente desempenho acadêmico em todas as disciplinas curriculares.

. Aluno superdotado visto como excêntrico, instável emocionalmente e isolado socialmente.

. O potencial superior se desenvolve apenas em contextos de nível sócio- econômico médio ou elevado.

. Prevalência de alunos em programas para superdotados.

. Identificado equivocadamente como autista, hiperativo ou portador de algum distúrbio de aprendizagem, como déficit de atenção, ou de problemas de conduta comportamental.

. Superdotados constituem um grupo homogêneo em termos cognitivos e afetivos.


POR QUE INVESTIR NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS SUPERDOTADOS?


“Os alunos superdotados de hoje são os líderes culturais, econômicos, intelectuais e sociais de amanhã e seu desenvolvimento não pode ser deixado ao acaso.” (Eyre, 2004)


OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO PARA ALUNOS SUPERDOTADOS

. Desenvolver ao máximo talentos e habilidades.

. Fortalecer um autoconceito positivo.

. Ampliar as áreas de experiência.

. Desenvolver uma autoconsciência social e ética.

. Apresentar produtividade criativa.

. Promover uma aprendizagem significativa e prazerosa.


DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DO ALUNO SUPERDOTADO

. Identificação dos pontos fortes e limitações do aluno.

. Atividades desafiadoras e intrinsecamente motivadoras.

. Currículo: conteúdo integrado, complexo, aprofundado.

. Processo de aprendizagem deve privilegiar pensamento independente, investigativo, criativo e crítico, além de prover oportunidades para reflexão/avaliação do próprio processo.

. Conscientização do público em geral, educadores, responsáveis pelas políticas públicas, pais, gestores.

. Alianças: temporárias e permanentes com instituições que apoiam a educação do superdotado.

. Defesa dos direitos deste grupo: ampliação, fortalecimento e renovação da legislação vigente; realização de congressos.


TENDÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DO ALUNO SUPERDOTADO

. Expansão da clientela atendida

(a) Programas para talentos específicos supervisionados por mentores (parcerias com universidades).

(b) Competições e olimpíadas.

(c) Programas de enriquecimento sob a forma de atividades extracurriculares na escola ou fora dela.


TENDÊNCIAS ATUAIS NO CENÁRIO INTERNACIONAL

. Investimento na formação inicial e continuada de professores.

. Garantia, por meio de políticas públicas, de oportunidades educacionais de qualidade por meio de currículo apropriado, organização escolar, uso de recursos e parcerias com a comunidade (Moltzen, 2006).

. Implementação de uma confluência de abordagens que permitam uma aprendizagem acelerada e experiências de enriquecimento em áreas diversas.

. Entre as modalidades de programas mais utilizadas, destacam-se a aceleração de aprendizagem e enriquecimento curricular.

. Reconhecimento crescente de que as necessidades do superdotado passam pelas áreas cognitiva, afetiva e social, a serem levadas em conta nas propostas educacionais.

. Como não existe um perfil único de aluno superdotado, é necessário diversificar os procedimentos de identificação e avaliação destes alunos.

. Isto é especialmente importante no caso de alunos desfavorecidos socioeconomicamente ou alunos com dificuldades de aprendizagem.

. É fundamental estabelecer uma parceria entre família e escola no que diz respeito ao processo de estimulação das habilidades do aluno superdotado.


DIREITOS DO SUPERDOTADO 
(National Association for Gifted and Talented Children, 2007)


Você tem direito a:

. Saber mais sobre seu talento.
. Aprender uma coisa nova a cada dia.
. Desenvolver seu talento com paixão sem precisar pedir desculpas.
. Ter uma identidade para além do seu talento.
. Se sentir bem quando vivencia experiências de sucesso.
. Errar.
. Buscar ajuda no desenvolvimento de seu talento.
. Ter uma variedade de amigos.
. Escolher que áreas de talento você deseja se aprofundar e especializar.
. Não demonstrar seus talentos o tempo todo.


“O potencial do superdotado é inquestionavelmente o recurso natural mais precioso que uma civilização pode ter.” (Sternberg & Davidson, 1986)


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A referida matéria nos dar uma visão geral de forma resumida da educação dos alunos portadores de altas/superdotação. Passados 3 anos e meio, podemos notar que o tema vem sendo cada vez mais discutido e, o número de alunos reconhecidos nas escolas tanto públicas quanto particulares de ensino tem aumentado consideravelmente.

Atualmente, as políticas públicas tem intensificadas suas atuações na inclusão social e educacional de alunos da rede pública , onde os portadores de altas habilidades/superdotaçãoestão resguardados na educação especial, tendo seus direitos garantidos nas legislações pertinentes, e já tratada neste blog http://papoentrepais.blogspot.com/2011/12/legislacao-na-inclusao-escolar-dos.html.

Espero que esse texto possa trazer alguns esclarecimentos aos familiares e profissionais interessados no tema e na escolaridade desses alunos tão especiais, contribuindo na divulgação e quebrando mitos, para que assim possam se desenvolver na real capacidade que apresentam ter. Agradecemos a pesquisadora, Dra. Denise de Souza Fleith pela excelente contribuição para desmistificar idéias errôneas acerca do processo criativo dos superdotados.

Alunos estudam pela internet no projeto Ismart Online

Alunos de escolas públicas de ensino fundamental contam sua experiência como bolsistas do projeto Ismart Online, que prepara jovens de alto potencial para melhores oportunidades no ensino médio. Trata-se de uma plataforma online com conteúdos de português e matemática, além de material para desenvolver habilidades como motivação, autonomia e persistência. Mais informações:http://www.ismart.org.br.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Como identificar e estimular uma criança com altas habilidades?

Estima-se que no Brasil existam 2,5 milhões de alunos com altas habilidades ou superdotação nos ensinos fundamental e médio



No entanto, o Censo Escolar de 2010 identifica apenas 11 mil estudantes.
TV CÂMARA
SUPERDOTADOS
Não é simples chegar ao diagnóstico porque os sinais podem ser confundidos com problemas como dislexia, déficit de atenção ou outros transtornos de aprendizagem.
Os superdotados têm raciocínio e aprendizagem rápidos, são curiosos, pesquisadores natos. Na infância, tendem a querer conviver mais com os adultos e podem ter problemas de interação social. Muitos apresentam baixo desempenho escolar por acharem as aulas desestimulantes e sem nenhum desafio.
Mas como identificar uma criança com altas habilidades? E quais são as escolas mais indicadas para esses casos?
Participação Popular conta com a presença das entrevistadas: a deputada Profª. Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO)Macaé Evaristo dos Santos, secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, e Vera Lúcia Palmeira Pereira, presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação (Conbrasd).
E nossa equipe externa vai estar no Centro de Ensino Médio Elefante Branco (CEMEB), em Brasília, entrevistando estudantes, pais de alunos, e também Valquíria Theodoro, presidente da Associação de Pais, professores e Amigos dos Alunos com Altas Habilidades / Superdotação do DF; e Maria Zuleide Vieira de Sousa, professora-tutora do Atendimento Especializado ao Estudante com Altas Habilidades /Superdotação DF.
Dicas rápidas aos professores de como identificar alunos superdotados
Texto de Selma Carvalho
A Revista "Nova Escola", da Editora Abril, em uma reportagem sobre alunos Portadores de Altas Habilidades e Superdotação, apresenta 24 "Dicas de como identificar alunos Superdotados".
Reserve alguns minutos para listar os nomes dos alunos que logo vêm à sua mente quando você lê as descrições abaixo. Utilize essa lista (preparada pelo MEC) como uma "associação livre" e de forma rápida. É provável que você encontre mais do que um estudante em cada item.
Quem exibir consistentemente vários dos comportamentos tem fortes chances de apresentar altas habilidades.
  • Aprende fácil e rapidamente.
  • É original, imaginativo, criativo, não convencional.
  • Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.
  • Pensa de forma incomum para resolver problemas.
  • É persistente, independente, autodirecionado (faz coisa sem que seja mandado).
  • Persuasivo, é capaz de influenciar os outros.
  • Mostra senso comum e pode não tolerar tolices.
  • Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas.
  • Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes.
  • É esperto ao fazer coisas com materiais comuns.
  • Tem muitas habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.).
  • Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.).
  • Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente.
  • Aprende facilmente novas línguas.
  • Trabalhador independente.
  • Tem bom julgamento, é lógico.
  • É flexível e aberto.
  • Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica.
  • Mostra sacadas e percepções incomuns.
  • Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros.
  • Apresenta excelente senso de humor.
  • Resiste à rotina e à repetição.
  • Expressa ideias e reações, frequentemente de forma argumentativa.
  • É sensível à verdade e à honra.
Apresentação — Fabricio Rocha
Fonte: TV Câmara.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Conheça quatro sites para aprender programação

Alfabetização digital. Você já deve ter ouvido esse termo, certo? Acontece que, com o passar dos anos e o desenvolvimento cada vez maior das Tecnologias da Informação (TICs), essa expressão começa a ter seu significado ampliado.

Hoje em dia, não basta familiarizar o aluno com o ambiente cibernético para utilizar as principais ferramentas do computador, como o editor de texto ou navegadores de internet. Já é possível compreender como os programas foram criados, qual sua lógica de operação, que ferramentas as indústrias utilizam para criá-los e aprender a criar os próprios jogos, programas e aplicativos de celular. Mas, como isso é possível? A resposta: linguagem de programação.

Para se ter uma ideia da importância do negócio, basta dizer que o governo dos Estados Unidos lançou a campanha “Hour of code” (Hora do código), lançada dentro da Semana do Ensino da Ciência da Computação, para incentivar estudantes de diferentes idades a escreverem suas primeiras linhas de código e desfazer a ideia de que programação é coisa para poucos.

Listamos a seguir quatro sites interessantes para você conhecer essa linguagem e planejar a melhor maneira de incluir esse conteúdo em suas aulas. E o melhor: você não precisa ser um expert em informática para utilizá-los.

Hora do Código

hora-do-codigo
Lançada pelo presidente americano Barack Obama na abertura da Semana de Ensino da Ciência da Computação, que aconteceu de 9 a 15 de dezembro de 2103, a plataforma reúne uma série de tutoriais – sempre precedidos por uma apresentação em vídeo das atividades propostas – para diversas faixas etárias e com diferentes níveis de complexidade sobre algumas das principais linguagens de programação. As atividades vão desde a criação de movimentos para o simpático passarinho do jogo Angry Birds até o desenvolvimento de aplicativos para smartphones, passando pelo ensino de fundamentos de linguagens como Java Script e Python.A maior parte do conteúdo está em inglês, mas é possível encontrar alguns exercícios em português escolhendo o idioma na caixa de seleção no rodapé da página inicial.

Scratch


scratch
Desenvolvido pelo laboratório de mídia do renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (o MIT, sigla em inglês), o site é voltado principalmente para o público entre 8 e 16 anos. Com ele, é possível criar facilmente, por meio de bloquinhos com diversos comandos que se encaixam para a formação do código, animações, jogos e histórias interativas que apresentam, de forma simples e divertida, a lógica de funcionamento da programação. O site está disponível em português e em mais 40 línguas. O menu de idiomas também se encontra na parte inferior da página. Acesse aqui.

App Inventor


app-inventor
Curso online gratuito, transmitido pela plataforma de Moocs (sigla em inglês para Cursos online massivos e gratuitos. Saiba aqui o que são e como funcionam os Moocs), foi desenvolvido pelo MIT com aulas em vídeo legendadas e material disponível em português. O objetivo é que os alunos estejam aptos a desenvolver um aplicativo para celular ao final do curso, que dura seis semanas. Não é preciso ter conhecimento prévio de programação para realizar o curso. Para participar, basta fazer a inscrição no site do projeto.

CC50 (Ciência da Computação 50)

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Plataforma do curso de mesmo nome oferecida pela Universidade de Harvard e que foi inteiramente traduzida para o português em 2011 pelo então estudante do curso de Eletrotécnica do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) Gabriel Guimarães. A versão brasileira do curso foi autorizada e apoiada pelo professor titular do curso em Harvard, David Malan, que disponibilizou todo o material para que Gabriel o traduzisse.

O CC50 é o módulo básico do curso de Ciência da Computação oferecido pela universidade americana, baseado na linguagem de programação C – linguagem base para o desenvolvimento de sistemas e softwares – e conta com aulas em vídeo, desafios de resolução de problemas e material didático disponível para download. A duração estimada do curso completo é de cerca de três meses, com duas aulas semanais de uma hora.

Fonte: Nova Escola

Aplicativos ensinam programação a crianças

Em fevereiro, nomes gigantes da tecnologia como o fundador da Microsoft, Bill Gates, e do Facebook, Mark Zuckerberg, se juntaram a uma campanha lançada pela code.org para estimular o ensino de programação nas escolas . O projeto diz que nesta década serão criados mais de 1,4 milhões de empregos em programação, mas até 2020 os Estados Unidos formarão apenas 400 mil estudantes na área.

No app Daisy the Dinosaur, crianças executam comandos que resultam em ações da personagem.

Se as escolas não ensinam, alguns aplicativos e ferramentas disponíveis na internet tentam preencher essa lacuna. O site Read Write Webseparou seis desses serviços, voltados para crianças de 5 a 15 anos, que queiram aprender a programar, seja Ruby, seja Java.

Codecademy (acima de 12 anos)

Esta ferramenta pretende ensinar programação a qualquer pessoa, até mesmo adolescentes. Apesar da interface não ser tão atraente e colorida quanto a de outros aplicativos, o Codecademy é amigável e simples de entender. A ferramenta pretende iniciar as pessoas em linguagens como Python, Ruby, PHP, HTML ou JavaScript. O tutorial está tentando expandir seu apelo aos jovens em uma campanha para treinarem programação depois da aula, incentivando os alunos e educadores a iniciarem um clube de programação em suas escolas.
Criado pelo MIT em parceria com empresas como Microsoft, Intel e Nokia, o Scratch usa uma linguagem de programação que facilita a criação de histórias interativas, animalções, jogos, música e arte e seu compartilhamento na internet. Segundo os criadores, na medida que os jovens criam e compartilhas projetos na ferramenta, aprendem importantes ideiais matemáticas e computacionais, ao mesmo tempo em que aprendem a pensar criativamente.

Scratch (acima de 8 anos)

Criado pelo MIT em parceria com empresas como Microsoft, Intel e Nokia, o Scratch usa uma linguagem de programação que facilita a criação de histórias interativas, animalções, jogos, música e arte e seu compartilhamento na internet. Segundo os criadores, na medida que os jovens criam e compartilhas projetos na ferramenta, aprendem importantes ideiais matemáticas e computacionais, ao mesmo tempo em que aprendem a pensar criativamente.

Ferramenta na web ensina noções de Javascript seguindo a orientação de um monstrinho.


Code Monster (de 9 a 14 anos) 

Esta ferramenta, que pode ser acessada diretamente no navegador, um monstro orienta as crianças sobre como alterar as variáveis do Javascript, o que modifica a aparência dos blocos na tela ao lado. Cada nova lição traz novas cores e formas para o lado direito da tela.

Alice (acima de 8 anos) 

O Alice foi criado por pesquisadores da Universidade de Virgínia como uma introdução à programação orientada a objetos. Na ferramenta, os jovens aprendem conceitos fundamentais de programação no contexto de criação de filmes animados e videogames simples. Os objetos 3D povoam um mundo virtual em que os alunos arrastam e soltam peças para criar o programa. Assim, eles conseguem ver a relação que existem entre as instruções de programação com o comportamento dos objetos na animação.

Daisy the Dinosaur (de 5 a 8 anos) 

O aplicativo para iPad pretende ensinar os conceitos básicos da lógica de programação para as crianças. O funcionamento é simples: blocos com comandos como "rolar", "saltar" e "crescer" são arrastados para uma área de programação. Ao apertar play, os jogadores veem uma relação direta entre os comandos e as ações que o dinossauro executa.

Hackety-Hack (acima de 13 anos) 

O programa dá uma introdução para adolescentes na linguagem Ruby. O programa tem uma interface dividida em duas telas: um editor para a introdução de comandos e testar programas e uma lição que esclarece o código. Depois do tutorial, os usuários criam e compartilham programas e jogos simples.

Fonte: Terra

domingo, 19 de julho de 2015

Mexicana superdotada é psicóloga mais jovem do mundo


Ela terminou o ensino primário aos seis anos e o ensino secundário um ano depois. Começou a universidade aos 10 anos e no próximo mês, aos 13, será a psicóloga mais jovem do mundo.
A mexicana Dafne Almazán é superdotada, assim como seu irmão Andrew, de 20 anos, e sua irmã Delanie, de 17. Recentemente, ela foi incluída na lista das 50 mulheres mais poderosas do México, o que considera "impressionante".
"Disseram que foi porque meu caso era inspirador", contou à BBC Mundo.
Em agosto, quando ela terminar seus estudos à distância no Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey, no entanto, ela não começará imediatamente a atender pacientes.
Dafne pretende fazer um mestrado e já pensa em um doutorado.
"Todos estes conhecimentos vão me servir para ajudar crianças superdotadas, que é a área à qual eu quero me dedicar. Quero que minha história abra novas portas às crianças e destrua o mito de que nós não temos infância."
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'Atividades normais'

Foto: Cedat: Uma das brincadeiras dos irmãos superdotados Dafne, Andrew e Delanie era recriar a Revolução FrancesaUma das brincadeiras dos irmãos superdotados Dafne, Andrew e Delanie era recriar a Revolução Francesa
Apesar de estudar 12 horas por dia, Almazán afirma conseguir levar a vida como uma garota normal de 13 anos. Ou quase.
"Não é porque estou na universidade que não posso continuar me divertindo, então quando minhas amigas vêm, vemos filmes, conversamos, brincamos, (fazemos) atividades normais", explica.
Mas isso acontece quando ela não está estudando, fazendo taekwondo – já é faixa amarela – pintando, tocando piano ou dando aulas de mandarim a outros superdotados. A garota também já praticou balé clássico, natação e patinagem artística no gelo.
Mas seus próximos passos não serão no mundo dos esportes e das artes. "Tenho que me desenvolver profissionalmente para depois ter as ferramentas necessárias para ajudar as crianças, para que elas não sofram e vejam que é possível fazer tudo isso", afirma.
Dafne dá aulas para alguns dos 250 alunos do Centro de Atenção ao Talento (Cedat), uma instituição fundada por seus pais com o objetivo de acolher crianças e jovens com capacidade intelectual acima da média no México.
"Alguns deles tem dificuldades para escrever os caracteres ou pronunciar as palavras (em chinês), então decidi ajudá-los", diz a jovem psicóloga, que também fala inglês, francês e latim.
"Quando eu terminar o doutorado, gostaria de dar aulas a crianças. Eu gosto muito de ensinar."
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'Aceleração radical'

Asdrúbal Almazán | Foto: BBC Mundo: Pai de Dafne afirma que, mesmo realizando muitas atividades, crianças superdotadas têm tempo para brincarPai de Dafne afirma que, mesmo realizando muitas atividades, crianças superdotadas têm tempo para brincar
O pai da garota, Asdrúbal Almazán, diz que o Cedat se baseia em um modelo educacional desenvolvido pelo irmão mais velho de Dafne, Andrew – que é, até o momento, o psicólogo mais jovem do mundo, segundo a organização World Record Academy.
O modelo psicopedagógico é chamado de teoria nomênica e se baseia na segregação total das crianças superdotadas. A chave do sucesso, segundo ele, é deixá-las principalmente longe dos adultos. "As crianças se desajustam", afirma Almazán.
Em seus estudos no centro, Dafne também seguiu o modelo de "aceleração radical", que seu pai explica como "deixar que a criança aprenda sem nenhum freio".
"Às vezes pode parecer que estamos tirando a infância deles. Uma menina de 13 anos que estuda chinês, francês, inglês, piano, robótica, e artes plásticas. As pessoas pensam que não dá tempo."
"Mas não é assim. É simplesmente organização, porque eles também jogam, brincam."
Dafne vai falar sobre sua experiência com a "aceleração radical" em agosto, na Dinamarca, durante um congresso do Conselho Mundial de Crianças Superdotadas e Talentosas (WCGTC, na sigla em inglês).

Em família

Almazán também diz que a estabilidade emocional e a unidade do núcleo familiar são importantes para que os superdotados se desenvolvam. No entanto, ele reconhece que, na sua família, o caminho não foi fácil.
"O primeiro, Andrew, nos deu mais trabalho. Foi porque nos vimos sem respostas, pensávamos que tinhamos um filho diferente que não se ajustava em nenhum lugar", relembra.
"Essa foi a razão para abrirmos o centro. Para poder atender crianças que, como ele, aprendem muito rápido e não têm as pessoas adequadas para guiá-los e ver como sofrem por serem diferentes."
No princípio, ele afirma que "tiveram muitos diagnósticos errados" sobre o que havia de diferente com seu filho. "Nos rebelamos, assumimos que ele era uma criança superdotada e começamos a nos preparar para entender o fenômeno."
Aos 20 anos, Andrew não só é psicólogo como também se formou em medicina, tem um mestrado em educação, está terminando um doutorado e é pesquisador.
Segundo dados do Cedat, 93% das crianças superdotadas são diagnosticadas erroneamente com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o que pode gerar tratamentos inadequados e provocar a perda de suas capacidades.
Mesmo preparados, os pais de Dafne não queria que, porque seus irmãos eram superdotados, ela se sentisse pressionada.
Dafne Almazán | Foto: Cedat: Dafne aprendeu a andar antes de completar um ano. Aos dois anos e meio, sabia ler e escreverDafne aprendeu a andar antes de completar um ano. Aos dois anos e meio, sabia ler e escrever
No entanto, a garota mostrou ser precoce ainda antes de um ano, quando aprendeu a caminhar. Seus pais davam giz de cera para que ela pintasse, mas ela insistia em pedir lápis.
Observando sua irmã e usando os lápis para escrever em um guardanapo que escondia, aprendeu a ler e a escrever aos dois anos e meio.
"Ela queria os lápis porque, com os giz de cera, não podia escrever. Quando vimos que ela aprendeu a ler, pensamos: 'Não podemos lutar contra isso'", diz o pai.
Segundo ele, entre os irmãos havia competição e ciúme, algo comum entre crianças com capacidade intelectual acima da média.
"Todos são muito competitivos, querem ser os melhores. Então na dinâmica familiar, os pais devem focar sobretudo em ensiná-los respeito."
Mesmo assim, as brincadeiras dos irmãos também eram oportunidades de aprendizado.
"Os três brincavam de Revolução Francesa, imprimindo os retratos dos personagens e jogando em um mapa. Para nós, era muito bom ver que estavam aprendendo."