Em busca de notícias sobre
alunos portadores de altas habilidades/superdotação, me deparei com um trabalho escrito por "Denise de Souza Fleith", professora adjunta da Universidade de Brasília, no Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, e publicado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Distrito Federal, em audiência pública do Senado, em 24 de junho de 2008, com o Tema:
"Educação de Alunos Superdotados: Desafios e Tendências Atuais", que achei interessante, e gostaria de dividir seus esclarecimentos com os leitores desse blog.
A matéria foi separa por tópicos, que nos dar uma abrangência sobre o tema, porém, de forma sucinta e resumida mostra a situação dos alunos superdotados no meio social e escolar, seus conceitos, desafios, mitos, objetivos, tendências, necessidades, bem como, o que é muito importante
“Os seus Direitos”, podendo assim despertar um interesse maior pelos estudantes da área de educação, professores, gestores, pedagogos, psicólogos, enfim, à todos os profissionais da educação, pais, familiares e aqueles que se interessam pelo tema, onde a seguir passo a expor:
DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DE SUPERDOTADOS. De acordo com o Censo Escolar (Brasil, 2006), apenas 2.769 alunos foram identificados como superdotados.
. No Brasil, além de terem pouca visibilidade, os superdotados constituem ainda um grupo que é pouco compreendido.
. Hostilidade encoberta por parte da sociedade àqueles que apresentam um potencial superior.
. É absurdo investir em programas para alunos superdotados quando existe um largo contingente de alunos com distúrbios e deficiências diversas que precisam de atendimento especializado.
. Apoio limitado da sociedade aos projetos na área de superdotação. Atendimento ao superdotado visto como elitista.
. Resistência à implementação de um atendimento diferenciado ao superdotado, fruto de uma série de ideas falsas sobre eles.
MITOS SOBRE OS SUPERDOTADOS. Supervalorização de fatores genéticos, colocando-se em segundo plano o papel do ambiente para o desenvolvimento de habilidades e competências.
. O superdotado tem recursos intelectuais suficientes para desenvolver por conta própria o seu potencial superior.
. O aluno superdotado apresenta um excelente desempenho acadêmico em todas as disciplinas curriculares.
. Aluno superdotado visto como excêntrico, instável emocionalmente e isolado socialmente.
. O potencial superior se desenvolve apenas em contextos de nível sócio- econômico médio ou elevado.
. Prevalência de alunos em programas para superdotados.
. Identificado equivocadamente como autista, hiperativo ou portador de algum distúrbio de aprendizagem, como déficit de atenção, ou de problemas de conduta comportamental.
. Superdotados constituem um grupo homogêneo em termos cognitivos e afetivos.
POR QUE INVESTIR NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS SUPERDOTADOS?“Os alunos superdotados de hoje são os líderes culturais, econômicos, intelectuais e sociais de amanhã e seu desenvolvimento não pode ser deixado ao acaso.” (Eyre, 2004)
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO PARA ALUNOS SUPERDOTADOS. Desenvolver ao máximo talentos e habilidades.
. Fortalecer um autoconceito positivo.
. Ampliar as áreas de experiência.
. Desenvolver uma autoconsciência social e ética.
. Apresentar produtividade criativa.
. Promover uma aprendizagem significativa e prazerosa.
DESAFIOS NA EDUCAÇÃO DO ALUNO SUPERDOTADO. Identificação dos pontos fortes e limitações do aluno.
. Atividades desafiadoras e intrinsecamente motivadoras.
. Currículo: conteúdo integrado, complexo, aprofundado.
. Processo de aprendizagem deve privilegiar pensamento independente, investigativo, criativo e crítico, além de prover oportunidades para reflexão/avaliação do próprio processo.
. Conscientização do público em geral, educadores, responsáveis pelas políticas públicas, pais, gestores.
. Alianças: temporárias e permanentes com instituições que apoiam a educação do superdotado.
. Defesa dos direitos deste grupo: ampliação, fortalecimento e renovação da legislação vigente; realização de congressos.
TENDÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DO ALUNO SUPERDOTADO. Expansão da clientela atendida
(a)
Programas para talentos específicos supervisionados por mentores (parcerias com universidades).(b)
Competições e olimpíadas.(c)
Programas de enriquecimento sob a forma de atividades extracurriculares na escola ou fora dela.TENDÊNCIAS ATUAIS NO CENÁRIO INTERNACIONAL. Investimento na formação inicial e continuada de professores.
. Garantia, por meio de políticas públicas, de oportunidades educacionais de qualidade por meio de currículo apropriado, organização escolar, uso de recursos e parcerias com a comunidade (Moltzen, 2006).
. Implementação de uma confluência de abordagens que permitam uma aprendizagem acelerada e experiências de enriquecimento em áreas diversas.
. Entre as modalidades de programas mais utilizadas, destacam-se a aceleração de aprendizagem e enriquecimento curricular.
. Reconhecimento crescente de que as necessidades do superdotado passam pelas áreas cognitiva, afetiva e social, a serem levadas em conta nas propostas educacionais.
. Como não existe um perfil único de aluno superdotado, é necessário diversificar os procedimentos de identificação e avaliação destes alunos.
. Isto é especialmente importante no caso de alunos desfavorecidos socioeconomicamente ou alunos com dificuldades de aprendizagem.
. É fundamental estabelecer uma parceria entre família e escola no que diz respeito ao processo de estimulação das habilidades do aluno superdotado.
DIREITOS DO SUPERDOTADO (National Association for Gifted and Talented Children, 2007)
Você tem direito a:
. Saber mais sobre seu talento.
. Aprender uma coisa nova a cada dia.
. Desenvolver seu talento com paixão sem precisar pedir desculpas.
. Ter uma identidade para além do seu talento.
. Se sentir bem quando vivencia experiências de sucesso.
. Errar.
. Buscar ajuda no desenvolvimento de seu talento.
. Ter uma variedade de amigos.
. Escolher que áreas de talento você deseja se aprofundar e especializar.
. Não demonstrar seus talentos o tempo todo.
“O potencial do superdotado é inquestionavelmente o recurso natural mais precioso que uma civilização pode ter.” (Sternberg & Davidson, 1986)